Show:

BSB - CITIBANK HALL - 25/02/2011

"Há aproximadamente 17 anos atrás, as “boys bands” começaram a tomar conta do mundo. Nesta época eu tinha apenas 10 anos; e a faixa etária das pessoas que curtiam estas boys bands variava entre 10 e 18 anos. Dentre as inúmeras que surgiram devido a esta febre, os que mais obtiveram sucesso, sem dúvida, foram os “Backstreet Boys”. Grupo formado em 1993, porém seu primeiro trabalho surgiu em 1996.
Naquela época eles vieram ao Brasil e lotaram o estádio do maracanã (em maio de 2001). Eu curtia algumas músicas, mas não me considerava fã número 1 da banda. Na época eu gostava de músicas internacionais e, logicamente, eu curtia um pouco daquele som que estava em alta no momento. O tempo foi passando, as pessoas foram crescendo, alguns fãs viraram as costas sentindo algum tipo de vergonha por terem compartilhado deste gosto. Mas os caras continuaram por aí; um pouco diferente e com sua formação desfeita.
Quase duas décadas depois de seu lançamento, eu soube que haveria um show deles aqui no rio de janeiro. E pensei comigo mesmo, “por que não?”. Eu jamais havia entrado em um show que não fosse apenas de metal, e vi nesta a oportunidade perfeita para fazer algo diferente. O show estava marcado para o dia 25/02/2011 no “Citibank Hall” na Barra da Tijuca. Após passar por alguns contratempos consegui meu ingresso praticamente na última hora, e fui ao show com uma pessoa muita querida ao meu lado. Os portões estavam previstos para serem abertos as 20h30min, e depois de um tarde de trabalho me dirigi ao show aonde cheguei as 20h.

Logo no início já tive uma grande surpresa ao ver a quantidade de pessoas que estavam ali presentes. Eu não fazia idéia de que eles ainda pudessem reunir aquele número de pessoas depois de tanto tempo e devido às diversas transformações no cenário musical atual. E quando cheguei ao final da fila, a cada minuto passado, esta aumentava ainda mais. O mais engraçado foi ver que aqueles fãs ainda eram os mesmos fãs de 17 anos atrás, pessoas crescidas, com suas vidas, rotinas e gosto musical diversificado; porém que naquele momento estavam dispostas a deixar um pouco daquilo tudo de lado para curtir aquele som que fez parte de sua adolescência e infância. O mais curioso foi ver que existiam novos fãs ali, pessoas que nem sonhavam em nascer quando eles já estavam lotando os shows ao redor do mundo.

Houve um grande atraso por conta de alguns problemas técnicos e na verdade os portões só foram abertos às 22h30min e mesmo assim, as pessoas que ali estavam desde o início da tarde gritaram freneticamente ao ver que a fila estava finalmente andando e que em pouco tempo estariam curtindo o show dos caras. Na fila, havia pessoas rindo, gritando e cantando aquelas músicas com tanta emoção que nem parecia que havia 17 anos desde que aquelas canções foram lançadas pela primeira vez.

Fui sim o show dos Backstreet Boys. Foi gratificante reviver uma parte da minha vida, mesmo que eu não tenha sido grande fã da banda, e me senti melhor ainda por ver que havia uma atmosfera muito contagiante, por parte dos fãs, pairando no ar. Entramos na casa de show e a pista estava completamente lotada. Não pude chegar muito perto, devido a grande quantidade de pessoas, e mais e mais continuavam a chegar, mesmo após o show ter começado.

Por volta das 23h o show finalmente teve seu início. A platéia foi a delírio quando no telão começou a rolar a introdução do show. A primeira musica foi “Everybody” (primeiro single do segundo álbum internacional dos Backstreet Boys, “Backstreet's Back”, lançado em 1997, e terceiro single de seu álbum de estréia nos EUA em 1998) e quando esta começou a ecoar pela casa de shows, me veio a primeira pergunta a cabeça: “como as pessoas ainda conseguem cantar esta música com tanto entusiasmo assim?”. A letra estava na ponta da língua de cada pessoa ali presente. Olhei a minha volta e nesta hora e vi mulheres, homens, crianças e adultos cantando esta canção como se esta fosse um hino de alguma parte de sua infância deixada para trás. Durante quase duas horas de show, o quarteto mostrou que ainda está em forma, para a alegria do público, estimado em 8,4 mil (Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/02/sem-perder-o-folego-backstreet-boys-cantam-para-mais-de-8-mil-no-rio.html).

O clima contagiante continuou durante as demais músicas. Em momento algum a platéia se deu por cansada. Os versos de “We’ve got it goin’ on”, seguido das baladas “As long as you love me” foram cantados a plenos pulmões. As ótimas “Quit Playing Games (With My Heart)” e “P.D.A” também estiveram presente na performance do grupo. E durante a primeira hora de show os caras mostraram que continuam usando a mesma fórmula de antes para fazer sucesso, músicas contagiantes seguidas por um refrão que fica ecoando na mente; é o que mostra a performance de “This is us”, “Show me the meaning of being lonely” e “All I have to give”. As músicas lentas, que sempre foram minhas preferidas, se mostraram presentes nas canções “She’s a dream”,“I’ll never break your heart”, “Shape of my heart”, “More than that” e “Incomplete”. E com um visual futurista os “garotos da rua de trás” apresentaram as canções “Larger than life” e "All of your life".

Houve várias razões que me levaram a ir neste show. Muitos irão ler este post e zombar, caçoar, virar a cara e se perguntar: “não acredito que o Bruno foi a este show!”. Mas não me importo, sabe por quê? Por que eu vivi minha juventude novamente naquele pouco tempo. Cantei as canções que eu jamais poderia imaginar que iria presenciar sendo executadas ao vivo. Vi ali mais do que um show, mais do que um simples momento passageiro. Vi ali, que nunca é tarde para fazermos aquilo que gostamos se isto nos traz satisfação; e mais do que nunca eu vi ali que sempre teremos a oportunidade de voltarmos no tempo, de vivermos o presente e o passado ao mesmo tempo, ao lado de pessoas que assim como a gente só estão preocupadas em ser felizes e curtir aqueles momentos.

A toda hora eu olhava a minha volta e imagina se algumas pessoas do meu passado também estariam ali presentes, mas não encontrei ninguém. Me perguntei por algum momento se elas poderiam imaginar que eu estava ali naquele show. Mas acredito que não. A banda cantou algumas músicas de seu novo álbum (“This Is Us” álbum que deu título à turê deles: “This Is Us Tour"), mas certamente as canções mais marcantes foram, sem dúvidas, aquelas que fizeram sucesso há mais de uma década e meia. Não me arrependo de ter ido ao show e sei que muita gente ao ler isto irá se arrepender por não ter ido. Este foi um momento muito gratificante. Uma lembrança que carregarei para sempre.

Era aproximadamente 1h da manhã quando o grupo se despediu com a música, "Straight Through My Heart" (primeiro single de seu novo trabalho). E naquele momento, enquanto as batidas das canções terminavam de ecoar por dentro do peito, as pessoas deixavam o citibank hall com um sorriso no rosto e com a sensação de tarefa cumprida. E qual tarefa foi esta? 'Viver um bom momento e foda-se o que os outros irão pensar, pois valeu a pena!' "